LAB-8

Protocolo OSPF

OSPF: Open Shortest Path First

  • Tipo: Protocolo de estado de enlace.
  • Funcionamento:
    • Utiliza o algoritmo Dijkstra (SPF – Shortest Path First).
    • Troca de informações detalhadas de topologia (Link-State Advertisements – LSA) entre todos os roteadores da área.
    • Constrói visão idêntica da rede para todos os roteadores OSPF de uma área.
    • Métrica baseada em “custo” (calculado geralmente pela largura de banda do enlace).
    • Suporte completo a VLSM/CIDR, design hierárquico, áreas OSPF.

Configuração Básica de OSPF

Router(config)# router ospf 1
Router(config-router)# network 192.168.1.0 0.0.0.255 area 0
Router(config-router)# network 10.0.0.0 0.0.0.255 area 0

OSPF 1

OSPF 1: O número “1” é o identificador do processo OSPF no roteador. Um roteador pode executar múltiplos processos OSPF, cada um identificado por um número único. É útil em situações onde você precisa isolar ou segmentar diferentes roteamentos OSPF dentro de um mesmo roteador.

Área 0

Área 0: Conhecida como a “backbone area”, é a área central de um design hierárquico OSPF. Todas as outras áreas em um domínio OSPF devem se conectar diretamente à Área 0. Isso organiza e otimiza o roteamento, facilitando a agregação e reduzindo o tráfego de atualização entre áreas.

Máscara Inversa

Máscara Inversa: Ao declarar redes em OSPF, usa-se a máscara inversa (wildcard mask). Ela é o complemento da máscara de sub-rede tradicional.
Exemplo: Para uma sub-rede 255.255.255.0, a máscara inversa é 0.0.0.255.

Uso: A máscara inversa define quais bits devem combinar exatamente e quais podem variar, sendo importante para determinar a abrangência do comando network no roteador.

Quadro Comparativo Estruturado (RIP x OSPF)

DIMENSÃO RIP OSPF
Método de roteamento Vetor de distância Estado de enlace
Tempo de convergência Lento Rápido
Escalabilidade Baixa (máx. 15 saltos) Alta (áreas, sem limite real)
Consumo de recursos Baixo Moderado/Alto
Suporte a VLSM/CIDR RIP v2: Sim Sim
Recomendado para Redes pequenas/simples Redes médias/grandes
Facilidade de configuração Muito simples Moderada

Exemplo Prático:

  • Em uma pequena filial, o administrador opta pelo RIP por sua simplicidade, já que a rede possui poucos roteadores e poucas alterações.
  • Em um campus universitário com múltiplas VLANs, sub-redes e centenas de dispositivos, OSPF é escolhido pela escalabilidade e flexibilidade.

Cenário: Rede Local Interligada entre Roteadores

Topologia

Três escritórios (LANs) se interligam via três roteadores (R1, R2, R3), formando uma topologia linear.

LAN1 --- R1 --- R2 --- R3 --- LAN3
|
LAN2

R1 (LAN1: 192.168.1.0/24)
R2 (LAN2: 192.168.2.0/24)
R3 (LAN3: 192.168.3.0/24)

Entre os roteadores, usam-se sub-redes ponto a ponto:

R1-R2: 10.0.12.0/8 (R1: 10.0.12.1/8, R2: 10.0.12.2/8)
R2-R3: 10.0.23.0/8 (R2: 10.0.23.1/8, R3: 10.0.23.2/8)

Exemplo usando OSPF

R1

#enable
#configure terminal
#hostname R1
#interface GigabitEthernet0/0
#ip address 192.168.1.1 255.255.255.0
#no shutdown
#exit
#interface GigabitEthernet0/1
#ip address 10.0.12.1 255.0.0.0
#no shutdown
#exit
#router ospf 1
#network 192.168.1.0 0.0.0.255 area 0
#network 10.0.12.0 0.255.255.255 area 0
#end

 

R2

#enable
#configure terminal
#hostname R2
#interface GigabitEthernet0/0
#ip address 192.168.2.1 255.255.255.0
#no shutdown
#exit
#interface GigabitEthernet0/1
#ip address 10.0.12.2 255.0.0.0
#no shutdown
#exit
#interface GigabitEthernet0/2
#ip address 10.0.23.1 255.0.0.0
#no shutdown
#exit
#router ospf 1
#network 192.168.2.0 0.0.0.255 area 0
#network 10.0.12.0 0.255.255.255 area 0
#network 10.0.23.0 0.255.255.255 area 0
#end

R3

#enable
#configure terminal
#hostname R3
#interface GigabitEthernet0/0
#ip address 192.168.3.1 255.255.255.0
#no shutdown
#exit
#interface GigabitEthernet0/1
#ip address 10.0.23.2 255.0.0.0
#no shutdown
#exit
#router ospf 1
#network 192.168.3.0 0.0.0.255 area 0
#network 10.0.23.0 0.255.255.255 area 0
#end

Faça o teste de conectividade usando tracert

Funcionamento do OSPF

  • Utiliza o algoritmo SPF (Dijkstra) para calcular rotas.
  • Métrica baseada em custo (largura de banda).
  • Convergência rápida e eficiente, especialmente em mudanças e falhas.
  • Suporte nativo a VLSM/CIDR e segmentação por áreas.

Exemplo de Impacto Prático

  • Se uma interface do roteador R2 falhar, usando RIP, a convergência pode demorar (até 180 segundos) para atualizar as rotas. Durante esse período, hosts de LAN1 podem perder acesso à LAN3.
  • Com OSPF, a convergência ocorre quase imediatamente (em poucos segundos), reencaminhando o tráfego de modo mais rápido e eficiente.

Vantagens do OSPF sobre RIP

ASPECTO RIP OSPF
Convergência Lenta (pode levar minutos) Rápida (segundos)
Escalabilidade Limitado (máx. 15 saltos) Alta, permite áreas hierárquicas
Métrica Número de saltos (hop count) Custo baseado em banda
Suporte a VLSM/CIDR Apenas RIP v2 Total
Segurança/Robustez Menos robusto Mais robusto (autenticação, LSAs)
Complexidade Fácil/Simplicidade Moderada/Alta, porém mais flexível

Exercício 2 – OSPF com Três Roteadores
Monte uma topologia em triângulo (R1, R2, R3).

  • Configure OSPF (área 0) em todos os roteadores.

Topologia:

   R1
/ \
R2 --- R3